sexta-feira, 25 de março de 2011
Biografia - William Blake
Como o blog Dossiê Red John tbm é cultura, e tbm para uma compreensão melhor do poema The Tiger, lhes apresento a biografia de William Blake. Lendo algumas e vendo algumas obras de Blake, tenho a impressão de que ele era muito dualista: bem e mal, Deus e Diabo, preto e branco.... enfim, como não sou crítico de arte, vamos para a biografia.
William Blake nasceu em Londres em 1757, onde viveu praticamente quase toda a sua vida, morrendo em 1827.
William Blake foi o primeiro dos grandes poetas Românticos ingleses, como também pintor, impressor, e um dos maiores gravadores da história inglesa.
Os poemas eram expressão espontânea de um gênio original e visto como um prodígio.
A partir de 1784, Blake começa a publicar vários de seus poemas: Song of Innocence" e " The Book of Thel " que foi seguido brevemente por " The Marriage of Heaven and Hell ". Os livros eram todos gravados e impressos por ele com auxílio da esposa.
Blake foi um rebelde toda a vida; uma voz solitária contra a marcha da ciência e da razão. Talvez por isso tenha sido visto por seus contemporâneos como um lunático e tenha desfrutado de pouco sucesso quando vivo. Ele falava com anjos nas árvores e uma vez foi encontrado no jardim com sua mulher, ambos nus, brincando de Adão e Eva.
Em 1794, Blake passou a interagir com mais intensidade seus grandes talentos: a poesia e a pintura. Assim, The Gates of Paradise, Song of Experience and of Innocence representavam uma fase distinta de sua criação; onde as ilustrações e as palavras compunham uma obra única. Segundo o autor, manifestam "lados contrários da alma humana". Blake também prestava seu talento ilustrando obras de seus amigos.
No primeiro volume de poemas, Canções da inocência (1789), aparecem traços de misticismo. Cinco anos depois, Blake retoma o tema com Canções da experiência estabelecendo uma relação dialética com o volume anterior, acentuando a malignidade da sociedade. Inicialmente publicados em separado, os dois volumes são depois impressos em Canções da inocência e da experiência - Revelando os dois estados opostos da alma humana. No Canções da inocência, Blake escreveu o poema, The Lamb ( O Cordeiro), um irmão de outro poema que escreveu "The Tiger".
Por um certo tempo, o poeta sustentou-se exclusivamente com os ganhos de suas publicações. Mas, vivia a beira da pobreza. Os livros não tinham uma vendagem expressiva e eram muito baratos. A partir de 1803, integrou uma sociedade comercial de tipografia na Broad Street, 27. Lesado pelo sócio, Blake atravessou o momento financeiro mais conturbado de sua vida. O poeta só viria a se estabelecer novamente em 1809, quando promoveu uma exposição das próprias obras. Mas não houve o retorno esperado.
O período entre 1810 e 1817, é considerado um momento obscuro em sua vida; onde Blake passa a ilustrar catálogos de fábrica de porcelanas. Em 1824, aos 67 anos de idade, iniciou as ilustrações para Inferno, da Divina Comédia (Dante). Sua dedicação foi tanta que até mesmo estudou o idioma italiano para compreender profundamente as idéias de Dante, chegando a produzir mais de cem ilustrações. No ano seguinte fez mais de vinte gravuras para Book of Job, uma de suas obras artísticas mais célebres.
A fase final de Blake é essencialmente mística. Seus poemas de atmosfera épica-proféticas como The Four Zoas, Milton, The Everlasting Gospel e Jerusalém, são complexas mitologias poéticas onde anuncia a redenção humana em uma "nova Jerusalém". Neste período, Blake já era visto como louco; mas ainda compôs obras líricas e herméticas como o Auguries of Innocence. Os versos iniciais deste trabalho sintetizam a grandeza de seu pensamento: To see a World in a Grain of Sand / and a Heaven in a Wild Flower (Ver um mundo num grão de areia / e o céu numa flor silvestre).
Embora religioso, Blake rejeitava a moral da época e a Igreja institucionalizada. Ainda desenvolveu uma linguagem própria e é um dos responsáveis diretos pelo ressurgimento do romantismo inglês. Não é possível dissociar o poeta e o pintor, já que sua obra é uma composição única, onde suas atividades artísticas somadas à intelectualidade contestadora, compõem um universo pessoal. Talvez por esse motivo, a grandeza de William Blake não foi compreendida por seus contemporâneos e ainda hoje, não é vista com o devido merecimento.
William Blake faleceu em Londres, em 12 de agosto de 1827; deixando incompleto um ciclo de gravuras que ilustrariam a Divina Comédia, de Dante Alighieri. A grande maioria das chapas de cobre gravadas por Blake, foi destruída por Catherine, atendendo ao pedido do marido. Catherine morreu quatro anos depois.
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